Nos seus 11 anos não chegava a perceber porque motivo não conhecia a sua família toda, haviam os tios que viviam em Londres e que só se recorda de ter visto num Natal. Os primos de Braga que na realidade eram primos dos pais, mas também lhe eram conhecidos como os seus primos. A família da mãe com quem se davam menos e a família da mãe com quem se davam mais e a família do pai com quem estavam mais e outro lado da família com quem estavam menos…
Mas havia uma particularidade interessante…nos momentos maus como os de doença aguda ou morte e nos momentos bons como casamentos e batizados estavam todos… e como era fácil estarem e de repente quando estavam parece que nunca tinham deixado de estar…
Ouviam-se os comentários de que estava mais crescido, ele e as outras crianças da família, e os comentários sobre os adultos, as suas novas atividades, mais gordos uns, mais velhos outros, com um ar mais tranquilo uns e menos outros. A particularidade percebia-se: ERAM FAMÍLIA, e nessas alturas isso era o que contava e era isso que os unia…para o bem e para o mal voltavam a juntar-se todos à volta dos acontecimentos.
Não era preciso outro motivo e, na realidade, outro motivo não havia.
E foi assim que o Filipe, e ele acredita que os primos também, perceberam o significado de família…aquele laço que une as pessoas e que às vezes, ainda que só nos momentos maus ou nos momentos bons, esse mesmo laço é ativado e faz com que se voltem a reunir, se voltem a solidarizar e voltem a recordar os momentos que têm vivido.
E a família é assim, há a família de todos os dias e a família mais alargada que vai estando quando os acontecimentos assim impõem.
Dia Internacional da Família I As famílias existem e cada uma num existir muito próprio.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar I Contacto: 911 846 427