PROVAR O AMOR!

Nas relações pais – filhos se é certo que o filho deve respeito ao pai, e deve ter deferência e atenções para com este, não é menos certo que precisa desse ensinamento de cuidado para com o outro, e esse ensinamento são os pais quem estão em melhor posição para dar. Quando digo pais, englobo os cuidadores e todos aqueles que desempenham este papel.

Os pais são o modelo mais próximo de humanidade e trocas afetivas que os filhos têm, e é com eles que podem aprender condutas, emoções, limites, o certo e o errado, mas não existindo um Manual de como ser bons pais, muitas vezes este modelo pode não não ser ilustrativo daquilo que se espera dos pais.

Claro que os filhos podem sentir que há falhas, os filhos gostariam que fosse de outra forma, e vão criando ilusões sobre o que esperam dos país que estes podem não conseguir cumprir, e acredito que muitas vezes porque não sabem fazer melhor.

Somos bons a criar barreiras, a fazer leituras dos comportamentos dos outros e a fecharmo-nos nas nossas conchas, mas quando isto se passa com os filhos, aqueles que dependem de nós para o seu desenvolvimento emocional harmonioso, estas barreiras, leituras e fechamentos não ajudam e não facilitam. É preciso PROVAR O AMOR. Provar de garantir e provar de sentir.

Espera-se que os pais sejam um número infindável de coisas, entre elas que sejam responsáveis, mas essas expectativas nem sempre são correspondidas, e os filhos sentem esse défice. 

Sentindo esse défice acabam por não prestar o reconhecimento aos pais, nem o “respeito” que estes também esperam dos filhos, o que muita vezes cria e alimenta o distanciamento pais/filhos: o pai espera que o filho o reconheça e se aproxime, acha que o seu relacionamento é claro, e o filho espera que o pai lhe demonstre que é um porto seguro e que o ama, pois afinal não sente a essa clareza. Mas isto passa-se em silêncio, sem que nenhum converse sobre isto, e a relação vai-se construindo em suposições.

Pais, sejam efetivos no amor que têm pelos filhos, afinal somos os pais, somos nós os adultos, e cabe-nos a nós demonstrar que estamos na relação e garantimos as suas necessidades. Cabe-nos a nós educar para o amor.

Sim o respeito e deferência são para existir, mas surgem depois do amor e das necessidades afetivas e de segurança asseguradas.

Alexandra Alvarez, a vossa Terapeuta Familiar.

Imagem do filme Festa de Família.

Abraçar rotinas!

As férias estão a terminar, os dias começam a ficar mais pequenos, a aragem fresca fica mais constante e todos nós começamos a retomar as nossas vidas, os nossos ritmos: É tempo de abraçar as rotinas.

Há os que esperam ter coragem para recomeçar tudo, e há os que estavam desejosos de as retomar porque não convivem bem com a sua falta.

Reentrar nos horários, nas semanas preenchidas, nas obrigações do quotidiano.

Como é consigo e com a sua família? Como se sentem?

Neste regresso é importante recriar, sobretudo porque se pretende um regresso mais pleno relativamente ao último ano.

Deixo 5 sugestões que podem contribuir para o foco na felicidade:

1 – Reorganizar o espaço da casa, espera-se que o teletrabalho e telescola reduzam;

2 – “Destralhar” fazendo escolhas das peças de roupa e objetos que não estão a ser precisos há muito tempo;

3 – Encontrar uma atividade de lazer que contribua para a saúde fisica e mental de cada um;

4 – Regressar ao trabalho com a noção de que deve existir tempo para a família e para o casal;

5 – (re)Definir o contributo de todos para o bem estar familiar e individual.

É importante que voltemos sempre a reorganizar, a falar sobre o que queremos melhorar, sobre o que esperamos de cada um, sobre as nossas necessidades, e em conjunto definir um plano, uma agenda concreta sobre o que temos que fazer.

Bom regresso, e “abracem as rotinas” com esperança, motivação e amor.

Alexandra Alvarez, a vossa Terapeuta Familiar.

Pais separados e lealdades.

Quando um casal se separa e tem filhos em comum, o seu papel de mãe e pai continua e manter-se-á pela vida fora.

A presença de ambos é imprescindível ao desenvolvimentos harmonioso dos filhos. Cada um, pai e mãe, terá o seu feitio, as suas regras, a sua forma própria de ser, mas esta diferença também existiria se o casal conjugal se mantivesse. Assim, os filhos aprendem a lidar com essas diferenças de igual forma, porque amam ambos igualmente.

“Quem se separa é o par amoroso, o casal conjugal. O casal parental continuará para sempre com as funções de cuidar, de proteger e de prover as necessidades materiais e afetivas dos filhos… Costumo afirmar que o pior conflito que os filhos podem vivenciar, na situação da separação dos pais, é o conflito de lealdade exclusiva, quando exigida por um ou por ambos os pais.” (Féres-Carneiro, 1998, p.387).

Não cabe aos pais o julgamento um do outro, nem cabe aos pais esperar a lealdade dos filhos em exclusivo apenas a um deles. Os filhos não devem ter que fazer escolhas, pois foram os seus pais que se escolheram para assumir esse papel para consigo, assim, não tendo acontecido nada que justifique o contrário (abandono por um dos pais, maus tratos, negligência, …) é natural e expectável que os filhos gostem de ambos em igualdade de circunstâncias, e como tal sejam leais tanto ao pai como à mãe, não devendo existir interferência dos adultos neste sentimento.

Só assim é possível que o desenvolvimento dos filhos seja harmonioso e equilibrado, porque têm a liberdade de expressar e nutrir os seus sentimentos e emoções.

Alexandra Alvarez, a vossa Terapeuta Familiar e de Casal.

Queixas “com estilo”

Nem tudo nos agrada nos outros, e é natural que chegue um momento que nos queixamos, queixamos daquilo nos faz confusão, não percebemos, não aceitamos.

E sim, é natural, no entanto estas queixas devem ser feitas “com estilo”, com arte.

Sendo a queixa algo que soa a negativo, se o fizermos com zanga e sem cuidado ampliamos o seu efeito negativo no outro. Uma das formas da queixa/critica ser melhor aceite utilizarmos o método sanduíche: começamos por falar em pontos positivos, referimos os negativos de seguida e finalizamos com novo elogio às qualidades:

“És muito responsável relativamente às compras da casa, sabes o que nos faz falta, mas em relação às compras de revistas parece que te controlas menos, não só pelos gastos mas porque depois não tens tempo para ler. Acho interessante porque em tudo o que é essencial demonstras muita organização e objetividade”.

Alain de Botton, sugere que se concilie a critica com o elogio; que devemos referir que é compreensível que existam determinadas falhas, e que é até normal; é útil que o nosso discurso seja suave, sem confrontos agressivos, e sem verdades absolutas (por vezes, talvez, sinto que…). Na critica devemos ser específicos e claros sobre o que realmente nos incomoda, tal como devemos referir o que desejamos que se altere, com sinceridade.

A critica “com estilo” torna-se num diálogo poderoso, facilitador da comunicação e da abertura do outro à nossa mensagem. Um critica amorosa, sem incriminar, sem exageros e sem desvalorização.

Quando criticamos podemos contribuir de forma construtiva para uma mudança positiva.

Alexandra Alvarez I A vossa Terapeuta Familiar I Contato: 911 846 427

Quando um se esforça é suficiente?

Em família há a tendência de um fazer mais e esforçar-se mais do que os outros para o bem comum, e a pergunta que se impõe é se tal resulta. É esse esforço individual suficiente?


Dificilmente.

A família é composta por todos os eleitos pelo que é o esforço de todos que conta. É bem vindo todo e qualquer esforço, mas sendo de um só não é suficiente.

Muitas vezes quem está nesse papel espera contagiar os “outros” com a sua ação, pensa inspirar, pensa que vai mudar, é mais que pensar,

é acreditar que tal é possível.

Mas na realidade nos não contagiamos ninguém a ser diferente, o SER associa-se às nossas características e nos só mudamos quando somos nos próprios a sentir vontade dessa mudança.

Com frequência acontece sentir que se frustra, que está só, que se cansa em vão, e apesar de tudo o que faz não ter sido pedido por ninguém, apesar do que o que faz ser uma escolha própria, quando se apercebe que está sozinho cobra e sente-se injustiçado e incompreendido.


Pensar em esforço é pensar em algo que custa, e de facto a m minha opinião é que não devemos estar em esforço, estar na relação não deve ser esforço, tudo deve fluir, se eu estou em esforço é porque alguém não repara nos meus limites, no que é importante para mim, e então temos outras questões para colocar em ordem.

Assim, a bem de todos, as alternativas que nos restam, caso os nossos pares mantenham as suas características, será aceitar que é assim, e compreender que quando sentimos que estamos “em esforço” esse é um esforço que fomos nós que decidimos ter, não podendo ser usado como moeda de troca, uma vez que não nos foi pedido, fomos nos que sentimos ser necessário fazer e fizemos, de acordo com a nossa forma de ser e estar.

Nós acreditamos que assim seria melhor, mas se os outros não sentem essa necessidade nunca vão perceber o porquê de assim ser melhor, ou até podem ter outra proposta e outro modo de fazer.

Aceitar o que não podemos mudar torna-se fundamental para prosseguirmos em paz e harmonia.

Alexandra Alvarez I A vossa terapeuta familiar e de casal

E se nos decidirmos divorciar?

Quando avançamos para viver em relação desejamos que tudo corra pelo melhor, investimos toda a nossa energia e com amor tudo superamos e entendemos. No entanto temos tendência a esquecer que nem sempre será assim. Haverá dias menos bons, desentendimentos, e inevitavelmente momentos em que só queríamos não ter decidido estar na relação.

No entanto, esta é uma realidade. Haverá “tormentas” que a nossa Nau tem que enfrentar e ultrapassar, e tal só será possível se ambos remarmos no mesmo sentido, sem altivez, sem zanga e com humildade, num esforço que tem que ser a dois.

Mas por vezes esse “remar” deixa de ser possível, os desencontros são muitos, os ressentimentos e as mágoas surgem como obstáculos, e a decisão do divórcio ou separação pode parecer inevitável.

Nesse caso, procurar ajuda profissional pode ser importante e marcar a diferença, sobretudo porque existirá aconselhamento e orientação, porque agora mais que nunca é importante que possam deixar tudo claro e esclarecido, porque agora mais que nunca importa resolverem o que não tem sido possível a bem do vosso futuro e das relações futuras. Além disso conferem se será mesmo isso que querem e desejam.

Prosseguir a vida sem amarguras ou ressentimentos. O que correu menos bem nesta relação não tem que acontecer igual numa próxima, e compreender os processos ajuda a aceita-los e a íntegra-los como episódios da nossa existência.

Alexandra Alvarez, a vossa terapeuta de casal.

A perda de um filho…

Quando se perde um filho pela sua morte há uma inversão na lógica da vida…é um dos momentos que apanha os pais totalmente desprevenidos e sem perceber como é possível.

É uma das perdas mais dolorosas e com mais peso emocional para os pais. Todos temos sonhos para os filhos, para o seu futuro e muito da nossa vida é alavancado na sua presença. Eles são uma continuidade da nossa pessoa.

Os pais que perdem filhos vivem momentos de um luto doloroso que se acredita prolongar-se por toda a vida. E o facto é tão abstrato que ainda hoje não há uma designação especifica para tal perda.

Pais em luto, pais órfãos, pai em sofrimento…

A intensidade deste sofrimento é tanta que os pais correm o risco de levarem muito tempo a retomar a sua vida, e muitas vezes a sua relação termina quase como se não seja possível fazer sentido manterem-se juntos.

As mães, por características das mulheres, choraram mais, desabaram mais, desabafaram mais. Os pais, por características dos homens poderão falar menos, chorar menos, desabafar menos, mas o seu sofrimento é igualmente intenso.

Este silêncio pode ser entendido como incompreensão, conformismo, não apoio à mãe, mas é igualmente uma expressão de dor.

Pai e mãe entram em grande perda pela morte de um filho, a perda de um filho desejado e querido, que interrompe a cadeia regular do ciclo da vida. Os pais precisam de apoio, um apoio que os pacifique, lhes devolva a esperança e os liberte das culpas que nestes momentos ensombram e angustiam.

Será preciso tempo, sem pressão, cuidando e amando, acreditando. Ajudará sempre pensar em como é que o filho gostaria que os pais estivessem? Como se pode honrar a sua memória?

Muitas atitudes podem ser desenvolvidas: encontrar um fórum on line, procurar um terapeuta, integrar um grupo de ajuda, celebrar as datas de aniversário, acender uma vela, criar um álbum de memórias on line, ser referência para outros pais, enfim tudo o que lhe fizer sentido e sobretudo que acredite que faria o seu filho sentir orgulho.

Haverá momentos em que sente que não vai conseguir, que sente que está só, em que tudo vai parecer difícil, mas concentre-se no positivo, a ajuda existe!

Alexandra Alvarez, a vossa terapeuta familiar e de casal.

É para vacinar ou não?

Nos últimos dias muito se tem debatido sobre a vacinação para o SARS COVID 2 para as crianças/jovens dos 12 aos 15 anos de idade, e para o escalão etário seguinte foi aberto um período especifico no fim de semana de 14 e 15 de agosto.

Todos nós temos expectativas sobre as vacinas. sobre a doença e sobre todos os impactos que nossa vida tem tido desde que a pandemia começou.

Como terapeuta familiar tenho-me interrogado como estão as famílias a gerir a questão no que aos menores diz respeito: É para vacinar ou não?

Cada um pode ter uma opinião diferente entre riscos e benefícios da vacinação, e pode acontecer que numa família cada progenitor tenha uma opinião diferente. Como gerir esta diferença?

Há pais que receiam os efeitos posteriores desta vacina, assim como de outras, ou até de tratamentos médicos que possam surgir como necessários, e defendem outras formas de intervenção, mas pode não existir concordância sobre isto. Sem possibilidade de acordo os pais fragilizam a sua posição e deixam de poder decidir porque as opiniões não coincidem, e não existindo acordo entre os pais é colocada a possibilidade de existir recurso a uma decisão pelo Tribunal de Família de Menores.

Neste caso em concreto os pediatras estão divididos, e os Organismos públicos estudam a situação. É normal que possam existir receios, receios esses que se ampliam quando há divergência na atitude a adotar.

É mais um exemplo que apela à importância do consenso e que os assuntos da família preferencialmente possam ser resolvidos pela própria família, através do entendimento e da comunicação.

Afinal, é para vacinar ou não ?

Alexandra Alvarez a vossa terapeuta de casal e familiar.

A garantia de sermos desejados.

Todos nós necessitamos de nos sentir seguros nas nossas relações. Importa sentirmos que somos desejados, amados, confiantes de que as pessoas que nos rodeiam são de facto presentes nas nossas vidas.

Esse testemunho é dado com os atos da vida diária, quando somos acompanhados em momentos de felicidade e quando o somos em momentos difíceis. Afinal que está connosco quando é preciso? Com quem podemos contar?

A garantia de sermos desejados e amados é fundamental para a nossa segurança e para que não existam medos nem receios injustificados.

E como podemos dar essas garantias uns aos outros?

Com a nossa presença e com a expressão do nosso cuidado. E agora eu pergunto: Estão a cuidar da vossa relação? Estão a dar confiança à vossa família de que podem contar convosco?

Convido a fazerem um auto-exame:

  • Na nossa família está instituído o beijo da manhã e o beijo da noite?
  • Ao longo do dia vamos estando em contacto, seja por telefone, mensagens ou até presencialmente?
  • Ao chegar a casa falamos do dia de cada um e de como cada um se sente?
  • Como reage cada um quando discordam?
  • Quem pede desculpas primeiro?
  • Procuramos as pessoas da nossa família para partilhar as nossas dúvidas?
  • Dizemos com frequência o quanto gostamos delas?
  • Agradecemos as pequenas coisas que cada um faz pelo outro para o nosso bem estar? (cozinhar; tarefas domesticas; tratar das roupas; apoiar as crianças; cuidar do familiar acamado; entre outras)
  • Aceitamos criticas sem ficar ofendidos?
  • Referimos com frequência a admiração que sentimos uns pelos outros, elogiando?
  • Fazemos serões juntos regularmente?

Estes são alguns rituais que podem fortalecer as nossa relações. O ritual é algo que fazemos com regularidade e percebemos prazer nisso. Inicialmente é exigente sermos atentos e cuidadosos com tudo, mas com a continuidade verificamos que os benefícios são imensos.

Passa a ser um estilo de nos relacionarmos que transpira amor e cuidado, e não há quem não goste disso. Esse amor e cuidado desenvolve a nossa confiança e faz-nos sentir desejados e amados.

É importante sentirmos que a família é um lugar seguro.

Alexandra Alvarez , a vossa terapeuta familiar.

Casamento feliz…segredo!

Estive recentemente num casamento e é notória a felicidade dos noivos, da família, dos amigos! São todos testemunhas de um dia repleto de felicidade em que se acredita que é para sempre, porque o amor tudo pode, o amor tudo suporta…

Mas também todos sabemos que ao longo da vida em comum surgem dias mais difíceis, em que desacreditamos, momentos em que nos interrogamos se estar com aquela pessoa é o que faz sentido. E é nesses momentos que nos temos que basear no que nos levou a estar na relação, naquela e não noutra.

Porque na realidade:

Não existem relações perfeitas nem 100% felizes, começa logo no facto de nenhum de nós ser perfeito, mas também sabemos que as provações, quando estamos aflitos e angustiados, são momentos que podem fortalecer as relações, são momentos que após superados contribuem para o crescimento da intimidade e da confiança.

Nesse caso, sejamos pacientes e não desacreditemos, pois se os dois estão empenhados em fazer o outro feliz, parte do segredo fica desvendado.

Nas consultas de terapia de casal trabalhamos isso mesmo, viajamos pela vossa conjugalidade, pelos momentos importantes que estão a viver, pelas reações que cada um tem, pelo que degrada a cada um, pelo que cada um precisa do outro.

Alexandra Alvarez, a vossa Terapeuta de Casal.

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