Nas relações pais – filhos se é certo que o filho deve respeito ao pai, e deve ter deferência e atenções para com este, não é menos certo que precisa desse ensinamento de cuidado para com o outro, e esse ensinamento são os pais quem estão em melhor posição para dar. Quando digo pais, englobo os cuidadores e todos aqueles que desempenham este papel.
Os pais são o modelo mais próximo de humanidade e trocas afetivas que os filhos têm, e é com eles que podem aprender condutas, emoções, limites, o certo e o errado, mas não existindo um Manual de como ser bons pais, muitas vezes este modelo pode não não ser ilustrativo daquilo que se espera dos pais.
Claro que os filhos podem sentir que há falhas, os filhos gostariam que fosse de outra forma, e vão criando ilusões sobre o que esperam dos país que estes podem não conseguir cumprir, e acredito que muitas vezes porque não sabem fazer melhor.
Somos bons a criar barreiras, a fazer leituras dos comportamentos dos outros e a fecharmo-nos nas nossas conchas, mas quando isto se passa com os filhos, aqueles que dependem de nós para o seu desenvolvimento emocional harmonioso, estas barreiras, leituras e fechamentos não ajudam e não facilitam. É preciso PROVAR O AMOR. Provar de garantir e provar de sentir.

Espera-se que os pais sejam um número infindável de coisas, entre elas que sejam responsáveis, mas essas expectativas nem sempre são correspondidas, e os filhos sentem esse défice.
Sentindo esse défice acabam por não prestar o reconhecimento aos pais, nem o “respeito” que estes também esperam dos filhos, o que muita vezes cria e alimenta o distanciamento pais/filhos: o pai espera que o filho o reconheça e se aproxime, acha que o seu relacionamento é claro, e o filho espera que o pai lhe demonstre que é um porto seguro e que o ama, pois afinal não sente a essa clareza. Mas isto passa-se em silêncio, sem que nenhum converse sobre isto, e a relação vai-se construindo em suposições.
Pais, sejam efetivos no amor que têm pelos filhos, afinal somos os pais, somos nós os adultos, e cabe-nos a nós demonstrar que estamos na relação e garantimos as suas necessidades. Cabe-nos a nós educar para o amor.
Sim o respeito e deferência são para existir, mas surgem depois do amor e das necessidades afetivas e de segurança asseguradas.
Alexandra Alvarez, a vossa Terapeuta Familiar.
Imagem do filme Festa de Família.
Deverá estar ligado para publicar um comentário.