Se é certo que os filhos podem unir os pais, também é certo que os podem desunir. E da minha experiência esta possibilidade dos filhos desunirem acontece quando os pais não estão alinhados, quando têm visões diferentes sobre a educação, sobre o comportamento ou sobre as atitudes dos filhos.
Unem porque consolidam a noção de família dos pais, são uma parte fundamental na ligação destes e são o símbolo da sua união. Unem porque simbolizam esperança e futuro.

Em simultâneo, podem desunir. Ter filhos, cuidá-los e educação-los parece tão óbvio que grande parte das vezes os pais não conversam sobre aspetos preponderantes. Não chegam a conversar sobre o tipo de educação que defendem para os seus filhos, sobre o ir dormir para quarto próprio, sobre deixar as fraldas, sobre o estabelecimento der ensino, sobre os seus amigos, sobre os limites que devem existir, sobre saídas à noite ou fins de semana fora, sobre hábitos alimentares, importância de uma atividade desportiva, estilo de roupa, tatuagens ou piercings, entre outros.
Estes alinhamentos são necessários desde o nascimento dos filhos e pela vida fora, durante todo o período em que estes dependem dos pais/educadores. Em cada idade os temas serão diferentes mas todos importantes.
Assim, no que toca a regras, caso os pais não o tenham definido ou não se acordem, acaba por ser fácil que os filhos desunam, no sentido em que vão existir atritos pela forma diferente que cada um tem de ver a educação dos filhos.
Toda e qualquer decisão deve ser pensada a dois e decidida a dois, em sintonia, sem desacordos em frente aos filhos, e os pais/educadores devem apoiar-se, e reforçar as suas decisões. Cada vez que vacilam ou expressam opiniões diferentes abrem a possibilidade de vir a acontecer um conflito.
Os filhos, são filhos, e vão agir de acordo com o que lhes é favorável, não querendo limites. Cabe aos pais serem pais, mostrando os limites e as regras que consideram fundamentais, e para isso é necessário que estejam em uníssono e representem uma só voz.
Os filhos devem sentir que os pais são uma equipa coesa, movidos pelo amor e cuidado aos próprios, e que não vacilam nem abdicam dos seus princípios, regras e valores. E explicando a sua forma de ver as situações e as razões que os movem.
Alexandra Alvarez, a sua terapeuta familiar e de casal.