“Tens que ser forte”
“Responde-lhes na mesma moeda”
“És um maricas…é o que és…”
“Para a próxima dá-lhes tu”
“Chega-lhes a roupa ao pêlo”
“São só umas miúdas como tu, parecem umas frangainhas”
“Tens medo do quê?”
Estas são só algumas expressões que podem ser utilizadas quando algum filho se queixa, em casa, de que está a ser batido, ou gozado por colegas ou supostos “amigos”.
Muitas vezes pensamos que são “coisas de miúdos”, que se resolvem entre eles, mas infelizmente temos vindo a concluir que esta violência é uma violência com implicações muito graves em quem a sofre e nas suas famílias.
O chamado bullying, conhecido como violência em meio escolar e/ou entre pares, nem sempre é percebido pelo pais, nem pelas próprias vitimas. Trata-se de um conjunto de agressões que podem ser verbais, físicas, psicológicas ou ciber-agressões, que muitas vezes se confundem com indisciplina, ou brincadeiras.
Mas na realidade é um mau trato continuado e repetido que humilha, ridiculariza e agride aquele que o grupo reconhece como diferente, ou não aceite. A vítima não sabe como reagir, nem como pedir ajuda, e a agressão é vivida com ansiedade e muito sofrimento
Na família o tema ou não é abordado por quem sofre ou pode não ser entendido na sua real dimensão. Esta atitude anti-social dos agressores é condenável e temos que estar atentos, pois as vitimas precisam de ajuda e apoio, pois o seu desenvolvimento emocional e psíquico fica comprometido. A auto-estima fica beliscada, e a harmonia deixa de ser possível.
A saude mental da vitima fica comprometida, e podem manifestar-se sintomas de ansiedade, insónias, terrores noturnos, anorexia, bulimia ou até pensamentos suicidas.
A vitima passa a ser um “objeto” de diversão e prazer baseado nos insultos, no gozo, no bater, na humilhação, no tirar ou esconder os seus pertences.
Mas não só a vitima precisa de ajuda e apoio, os agressores também necessitam igualmente de ajuda e apoio, e a família torna-se o local privilegiado para o mesmo, a par da ajuda especializada.
Os pais ou educadores devem passar um modelo de amor e compreensão, com limites, com regras, pois a família deve ser um lugar seguro. É sabido que as crianças e jovens reproduzem o modelo familiar que vivem na sua relação com os outros.
É na familia que a empatia deve começar o seu ensinamento e treino.
A terapia familiar pode ser um instrumento auxiliar de grande importância no apoio a esta problemática.
Alexandra Alvarez, a sua terapeuta familiar.