A pessoa com quem casamos é a que mais nos pode dececionar, pois é nela que que depositamos todas as esperanças, e é sobre ela que recaem todas as nossas expectativas. Quanto mais esperamos dela maior a frustração sentida se não existir correspondência.
Talvez se fossemos menos exigentes com o nosso par, e se não fossemos tão otimistas quanto à correspondência que vai existir entre nós, as coisas fossem mais fáceis.
Curiosamente, uma das formas de fazer com que o casamento resulte é não esperar tanto dele.
Existem razões profundas pelas quais a felicidade nem sempre estará presente, e ter essa noção é muito importante, a noção de que não vamos poder ser felizes a tempo inteiro na nossa relação.
Cada parceiro tem o seu caráter, a sua forma de ser e estar, o que é complexo.
Evitar o mau humor, evitar o stress, permanecermos calmos, são características que nem sempre conseguimos ter presentes, e com muita dificuldade falamos sobre isso ao nosso parceiro.
Uma relação exige que o outro desempenhe um número inviável de papéis na vida do casal: ele deve ser o melhor amigo, companheiro sexual, chefe de família, motorista, cozinheiro, talvez co-pai, companheiro de viagem, confidente, conselheiro,… mas claro, todos nós inevitavelmente falhamos em alguns desses papeis, algumas vezes.
Esperar que possa haver problemas não é desejar que haja alguns; nem significa trazer problemas à existência. Significa simplesmente tomar algumas precauções sensatas.
Se “sofrermos” na relação com o nosso parceiro em alguns momentos, não será um sinal de que nossa vida de casal deu errada; em vez disso, devemos entender que o nosso relacionamento está a revelar a natureza “lindamente” complicada do amor verdadeiro e duradouro. Um amor verdadeiro e duradouro tem provações.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar e de Casal I Contactos: 911 846 427/trilhosfamiliares@gmail.com