Nem sempre nos deitamos à mesma hora. Um tem sono e o outro não. Esquecemo-nos de como é bom estar lado a lado na cama. Com a nossa terapeuta, na consulta, falámos da importância desse tempo, e hoje, pela primeira vez, em muitos meses, voltámos a ir “dormir” cedo, à mesma hora.
Mesmo que seja por pouco tempo, estaremos lado a lado, mesmo que cada um esteja absorvido num mundo diferente. Um lê, o outro pode ver uma série, mas estaremos juntos.
As nossas mãos podem estar entrelaçadas, os nossos dedos do pé podem tocar-se de vez em quando, e podemos trocar um beijo entre o virar de uma página, ou entre os anúncios televisivos. É uma sensação muito boa, simples, confortável e bastante doce.
Não estará a acontecer nada de especial, não vamos estar no meio de uma conversa séria, e não estamos envolvidos em sexo apaixonado; estamos simplesmente a desfrutar da presença um do outro, lado a lado.
E este momento, juntos na cama, representa uma grande conquista. Não há realmente mais ninguém com quem possamos fazer isso.
Quando pensamos nos nossos companheiros nem sempre pensamos em pequenos prazeres como este: estar deitados lado a lado, sentarmo-nos no chão juntos a separar as meias após a lavagem, assistir juntos a uma série de TV, episódio por episódio; montar uma estante de livros chata e não perceber as instruções.
Uma vida a dois tem sempre, inevitavelmente, problemas mas tendemos a estar mais conscientes dos problemas do que dos prazeres. Não porque os prazeres não existam, mas porque nem sempre percebemos que eles se podem revelar de forma muito simples.
Ao considerá-los como garantidos não apreciamos adequadamente a sua singularidade.
Pode faltar glamour, mas ser capaz de estar lado a lado na cama é uma grande façanha e um sinal de amor profundo.
Artigo inspirado em materiais da School Of Life.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar e de Casal I Contacto: 911 846 427