Por instinto, no amor, somos muito propensos a amuar, a ficar amuados. Ninguém gosta de reconhecer isso, mas a verdade é que é um impulso quase universal. O factor que nos conduz a esse mau humor é a convicção problemática do amuado sobre o amor.
O amuado é dominado pela ideia de que ser amado é ser compreendido pelo outro em toda a plenitude. Mas isso não é assim.
O parceiro que amua queria falar do seu dia, das dificuldades que encontrou, mas o outro não compreende e fala de outros temas. De outra vez estavam numa festa, um pronto para sair e ir para casa, por cansaço, e o outro divertido e a conversar com outros convidados. Um faz um pedido de compras, e o outro compra coisas diferentes, gastando mais dinheiro do que o outro supunha.
O conjunto destes desencontros alimenta os amuos e o mau feitio. Falhou a comunicação em que um dissesse ao outro exatamente o que pretendia, ao invés de achar que o companheiro teria a capacidade de ler a sua mente e o compreender intuitivamente.
É preciso que as intenções e os sentimentos sejam explicados. Pode ser doce e romântico achar que o outro nos compreende plenamente, mas o amor não é uma visão mágica do outro. Para que exista entendimento tem que existir explicação e comunicação, sendo fundamental perceber que fomos claros e que a nossa mensagem foi recebida pelo outro.
Amuar afasta a possibilidade de comunicar e estarmos abertos ao outro. Não apoia o entendimento e agrava o equivoco. Assim, não se feche no seu canto, não traga o orgulho para a relação e não se apoie nas expectativas da relação ideal. Essa é a sua relação, essa é a pessoa com quem partilha a vida, então apoie tudo o que faz no amor, na comunicação e na comunicação, e também na comunicação.
(Artigo inspirado em materiais da School of Life)
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar e de CasalI Agendamentos pelo 911 846 427