Todos sabemos que temos que pagar as contas, limpar, cuidar da roupa, fazer a cama, preparar algumas refeições, manter o frigorífico abastecido e tirar o lixo. Estas questões ocupam muito da nossa atenção e do nosso tempo, mas raramente estão no centro do que pensamos ser a relação a dois e raramente as associamos à vida a dois.
Quando formamos casal queremos estar com o nosso amor, desfrutar da nossa relação em pleno, e viver o nosso ideal.
Acontece que as questões da vida doméstica existem e não podem ser ignoradas. A noção de que as questões práticas não têm um lugar legítimo no amor, torna a nossa vida mais difícil do que o necessário.
É fácil ficarmos irritados com o que parecem ser detalhes desesperadamente insignificantes: é um desperdício levar as camisas para a lavandaria? Fazer as camas de lavado? Aspirar a casa? Deve haver uma lista para as tarefas a realizar? Que tempo devemos dedicar a estas tarefas?
A irritação derivada das tarefas por fazer, e do acumular, faz com que fiquemos aborrecidos não só pelo desagrado que tal provoca em nós e na nossa qualidade de vida, mas também aborrecidos por termos ficado tão aborrecidos com algo tão mesquinho.
A frustração não tem origem apenas no facto das coisas serem difíceis, mas também no facto de serem difíceis mas também inesperadas .
Ninguém reclama que é difícil escalar o Monte Everest, já se sabe que o é.
Na nossa cultura há décadas que a sociedade encoraja a ideia de que os assuntos domésticos estão abaixo da dignidade do indivíduo sofisticado: devemos trabalhar, ter reuniões e divertir-nos, ter os nossos momentos. Mas ninguém quer pensar no que custa manter uma casa confortável, com tudo a funcionar, e com tido impecável.
Isso faz com que este tema fique desvalorizado, na realidade o casal , na generalidade , te, um orçamento muito reduzido para questões domésticas.
De um modo geral sentimos que este assunto não deveria ser um tema repetido nas nossas casas, com os nossos companheiros. Mas, está é uma questão complexa, e raramente pouco falada antes de começarmos a viver juntos.
Quando entendemos que uma questão é importante e complexa, consideramos que haverá desacordos que levarão tempo para serem esclarecidos; que precisará haver muita explicação, negociação e debate. As tarefas pequenas, limitadas e repetitivas da vida doméstica, de fato, desempenham um grande papel na tarefa essencial de viver bem. Devemos aceitar a dignidade fundamental da tábua de passar, do aspirador, das máquinas da loiça, dos contentores do lixo…
A vida em família e casal é muito exigente não são nas questões que são centrais e consideradas de valor superior, mas também nas questões consideradas menores que se relacionam com a gestão do quotidiano e do dia a dia.
As tarefas domésticas são o exemplo de um tema que é encarado como tarefa menor e sem importância, mas o que é certo, é que dependemos da sua execução para o bem estar geral.
Assim, os casais consomem muito do seu tempo a falar sobre as tarefas que precisam ser feitas e não foram, e o poder da louça para arrumar, da roupa para passar e do lixo para despejar, entre outros.
Torna-se então fundamental proteger a vossa relação deste desgaste adicional. Proteger o vosso amor destas zangas, afinal são tarefas fundamentais, que temos que fazer.
Que tempo julgam precisar para manter tudo em ordem?
Experimentaram organizar o que caba fazer a cada um?
No orçamento do casal/família há orçamento para pagar algum serviço?
Há tarefas que um gosta mais do que fazer do que o outro?
Como conseguem respeitar as decisões do outro sobre o tempo que dedica às atividades que tem a seu cargo? Respeitar o tempo/ horas/dias em que as pretende desenvolver?
Como evitar “chamar o outro à atenção?
Como evitar que o outro acabe por chamar à atenção do que não está a ser feito?
É neste detalhes menos apaixonantes, com menos sedução e requinte que se pode iniciar o desgaste da relação. Apesar de tarefas aparentemente menores, sem duvida que as tarefas domésticas são as que garantem mais conforto à vida familiar e proporcionam o bem estar nas nossas casas.
(artigo concebido com apoio em materiais da School of Life)
Alexandra Alvarez l Terapeuta Familiar e de Casal I Contatos: 911 846 427