De um modo geral, todos somos condescendentes para com as crianças. Mesmo perante as birras mais estrondosas tentamos compreendê-las e justifica-las. Tentamos acalmar os seu ânimos.
Também quando são desobedientes ou desastradas tendemos a justifica-las, e em alguns casos até lhes achamos graça. Muito fofas e ternurentas.
Já para com os nossos parceiros, esta indulgência não é bem assim. Deles esperamos sempre uma postura racional, idónea, segura e sem erros.
Quando sentimos que existiu qualquer coisa que nos aborreceu ou irritou, é fácil que a critica dispare sem controlo. Rapidamente podemos gritar, reclamar, sentir-mo-nos esgotados e sem querer compreender nada. Irredutíveis!
Na realidade, se olhássemos para alguns dos comportamentos mais infantilizados dos nossos parceiros com a mesma ternura com que acolhemos os comportamentos dos nossos filhos, talvez esta mudança também fizesse mudar o clima em que muitas vezes os casais vivem.
É necessário suavizar os ambientes e as relações familiares e de casal, é necessário que se consigam resolver os desentendimentos pelo amor e pela compreensão.
A condescendência, e o sermos condescendentes, é um privilégio que devemos utilizar a bem da harmonia e empatia.
Todos nós temos uma criança interior que se desaponta, que faz birras, que não trava discussões, que se sente ferida e magoada. E é nessa altura que o nosso parceiro tem a oportunidade de ver além do nosso Eu Adulto e de nos envolver em amor e perdão, como faria a uma criança.
Olhar para uma foto do nosso parceiro com 3 ou 4 anos, e revisitar com amor a criança que ele ainda conserva em si, pode fazer-nos sentir cativados e mais compreensivos.
Afinal todos nós temos o nosso lado de criança, e como todas as crianças necessitamos de amor e compreensão para nos sentirmos compreendidos e queridos.
(artigo inspirado em materiais da School of Life)
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar e de Casal I Telemovel: 911 846 427