Ceder é aceitar, abdicar, desistir a favor de outro, e talvez por isso mesmo se torne tão difícil ceder.
Todos nós gostaríamos de não ter que fazer cedências, pois acreditamos que o que defendemos é o válido, e na vida familiar e de casal esta questão da cedência tem um impacto enorme. Como se aquele que cede perca a razão, não seja tão válido como o outro, seja o mais fraco.
Contudo, ceder não tem que ser, e provavelmente não é, tão negativo como o que é sentido pela maioria dos casais. Todos somos diferentes, e aceitar essas diferenças e aceitar que possam existir outros pontos de vista só faz de cada um de nós melhores pessoas. Pessoas mais maduras, conscientes de que nada é perfeito, e que de facto a intransigência à cedência não se deve sobrepor ao bem estar da família e do casal.
Perdem-se umas coisas, mas ganham-se outras. Os relacionamentos duradouros podem estar na vanguarda da compreensão de que as relações são exigentes, precisam de ser cuidadas para ser mantidas, e muitas vezes vamos ter que abdicar em prol do outro, em prol de um bem maior que é o projeto comum de bem estar e segurança, proporcionalmente, claro. Uma cedência que não pode ser só de um, mas que alterna de acordo com as situações que surgem.
Admiremos quem sabe ceder, quem percebe que não se tem que ganhar sempre e que ceder não é abdicar do amor, mas antes amar ais e compreender mais.
(Reflexão inspirada em instrumentos da School of Life)
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar I Contacto: trilhosfamiliares@gmail.com I 911 846 427