Muitas vezes nas famílias ocorrem trocas de papeis.
Filhos que passam a desempenhar o papel de pais, pais que passam a desempenhar o papel de filhos, avós que são chamados a ser pais dos netos, tios que passam a ser pais, e um sem número de trocas mais…
Esta troca pode acontecer por circunstâncias várias, entre outras, por morte de alguém, por doença, por comportamentos desadequados dos responsáveis e até por questões financeiras. Mas esta troca traz mágoas, cansaços, descrenças. Sempre que isto acontece há filhos que não puderam ser crianças/adolescentes, há avós que não podem saborear o seu envelhecimento, há tios que não podem seguir as suas vidas. Sempre que a troca acontece os que passam a ser cuidadores têm ganhos mas também têm perdas.
Em todo o caso, das situações que acompanho acabo por perceber que foi uma qualquer incapacidade que não permitiu que cada um desempenhasse o seu papel.
Não mencionando os casos em que a circunstância foi a perda de algum familiar, o não saber fazer melhor, muitas vezes é a base que torna a troca imperativa, a incapacidade de fazer diferente, o não conseguir fazer mais.
Mas para quem tem que substituir isto nem sempre se consegue sentir ou pensar. Atribui-se a uma falha de alguém, a uma irresponsabilidade, a comportamentos desadequados, mas muitas vezes foi o não saber ser e fazer diferente.
Numa família esta troca de papeis nasce da necessidade de que exista um responsável, um provedor, aquele ou aqueles em que os outros se podem apoiar. E esta é uma solidariedade genuína, enraizada no amor e nos laços familiares.
Não é feito para reconhecimento, é feito pelo reconhecimento que alguém tem que ocupar esse papel, que muitas vezes é o papel principal.
E nas sessões de terapia familiar isto é muito sentido, alguém, fez porque alguém tinha que fazer, e que tinha que fazer não o estava a conseguir!
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar e de Casal I Contacto 911 846 427
Terapia Familiar e de Casal - Alexandra Alvarez 