– Como tem sentido a Lurdes, Raul?
-Vejo que não está em condições. Ela que diga. Digo ou não que não estás bem?
– E como vê isso Raul, que a Lurdes não está bem?
– É simples, conheço-a, desvia o olhar, começa a arrastar a voz, desinteressa-se pelas coisas, esquece-se do que combinamos, deixa de se importar… e todos, atenção que não sou só eu … todos reparamos que a Lurdes não está bem…
– Lurdes sabia que lá em casa andam a reparar aue não está bem?
– Sim, o meu marido, a minha mãe e mesmo os meus filhos já me têm dito, mas é assim que me sinto, sem vontade, sem ânimo!
– E na sua opiniāo o que será necessário a je aconteça para que se sinta melhor?
– Nem eu sei, às vezes até me sinto pateta, na realidade nem teria razões para me sentir assim, mas sinto.
– Razões devem existir, só não estamos é a conseguir dar-lhe um nome, um significado. Rita, quer dar o seu contributo enquanto filha?
– Para mim é óbvio, a mãe era muito ativa e muito ligada ao pai, nosso avô, e há 4 anos com o desemprego, veio para casa, a mãe sempre trabalhou naquele escritório, foram 18 anos, e a seguir, 7 meses depois o pai morreu … de repente, e tudo mudou…
– Fernando concorda com a sua irmã?
– Sim, de facto a mãe não ultrapassou essas duas situações… nem médicos, nem medicamentos, nada a faz feliz … no fundo porque a mãe ainda não aceitou estes acontecimentos…
– Raúl o que é que seria diferente, ou melhor, o que mudava na vossa vida se a sua mulher “aceitasse” estes acontecimentos?
– Mudava tudo…
[A narração, personagens e nomes são fictícios, apenas ilustra temas que são causa de problemas familiares e que podem ser trabalhados em consulta.]
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar e de Casal I Agendamentos de Consultas : Telemóvel n° 911 846 427