Também sou eu…

 – E como têm estado?

– Como de costume…

– Como de costume? E isso o que significa?

– Que nada mudou…o que nos fez vir ter consigo mantém-se igual, não sinto que a Isabel tenha vontade de mudar nada.

– E como é que isso se sente Vicente?

– Pelas atitudes…só nos primeiros dias existiu um esforço por chegar cedo a casa, ao fim da primeira semana já estava tudo igual, dei comigo a jantar de novo sozinho…

– Isabel tem ideia de ser assim?

– Na empresa começaram a pedir-me para ficar, o trabalho é muito, e o Vicente não entende que eu não posso dizer não…e não facilita…podia compreender que o dinheiro nos faz falta, e que é disso que se trata.

– Vicente, quando sentiu que os vossos horários se voltaram a desencontrar o que fez?

– O que fazia…voltei a ir jantar aos meus pais.

– Isabel acha que o seu marido podia ter feito outra coisa?

– Acho que me podia ter compreendido, falava comigo, mas não, eu fico a trabalhar e chego a casa e ele também não está…

– Mais??? Isabel quantas vezes te disse e pedi para não chegares tão tarde… Querias que ficasse á mesa com o jantar à frente à tua espera???

– Era isso Isabel que esperava que o Vicente fizesse?

– Claro que não, o que eu queria é que conseguíssemos funcionar como uma equipa, com compreensão, e naturalmente não é só ele que tem que fazer coisas, também sou eu…

– Gosto dessa ideia, da ideia de que ambos se podem implicar na vossa relação!

Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar e de Casal