As redes sociais e o impacto destas nas relações, traduzem-se em compromissos que nem sempre são sentidos de igual forma pelos envolvidos e em algumas situações um tira vantagem sobre o outro.
Desenham-se relações que podem ter por detrás imaturidade emocional e um desejo de envolvimento q.b., chamei-lhe as “relações …ing”, e são conceitos que definem algumas das relações amorosas.
O Ghosting – em que um dos elementos da relação desaparece sem qualquer explicação e não volta. Deixa de enviar mensagens, deixa de estar on-line e simplesmente nunca mais responde às tentativas de contacto do parceiro nas diferentes redes. Desaparece sem esclarecer quem fica.
O Benching – há uma pessoa que estabelece contactos periódicos com outra, aos quais a outra responde, mas cuja intenção é seduzir e deixar o outro em ‘stand by’, como se de um “banco” de pessoas se tratasse, na ideia de que pode não surgir alguém mais interessante e se tenha que reativar uma daquelas pessoas que estão “em pausa. Transmite ideia de interesse num hipotético encontro, de um almoço ou de uma bebida mas que efetivamente não se materializa. É um jogar às escondidas. Muitos emoji e atenções, dois ingredientes recorrentes. É uma comunicação intermitente sem um real interesse pelo emissor!
O Trumping – há uma pessoa que não consegue corresponder a outra da maneira que esta gostaria em termos de tempo de resposta a uma mensagem, no atender de uma chamada, nos tempos que disponibiliza para a interação, e de repente o amor confunde-se com zanga e a reação é agressiva e nada compreensiva. A velocidade da comunicação virtual não consegue acompanhar a real disponibilidade de um dos envolvidos.
O Sexting – é o envio de sexts: imagens, vídeos ou mensagens sexualmente esplícitas. Alguns sexters podem enviar a mesma imagem a várias pessoase aqueles que recebem um sext podem não retribuir. Esta prática nem sempre é consentida por aquele que recebe o sext. É uma prática muito comum entre os adolescentes e pode comprometer a sua privacidade quando esta não é respeitada pelo recetor o que no caso desta faixa etária, preocupa duplamente os pais:o cariz sexual das sexts e a intimidade comprometida, em que muitas vezes pode existir pressão para a adoção de determinado comportamento pelos pares.
“Envias-me uma foto nua? 😉 …”
“Só se prometeres não partilhar?”
A tecnologia ao serviço das relações amorosas encurtou o tempo de conhecimento do outro o que acelera a intimidade entre as pessoas e acaba por conferir alguma efemeridade às relações, impedindo um envolvimento real e continuado no tempo. As pessoas querem relacionar-se mas num envolvimento “seguro” que proteja as suas emoções, e que consigam controlar a relação e o par, o que se torna dificil pois as emoções ainda continuam a ser humanas.