É muito frequente vacilar na altura de dizer NÃO. Não se quer dizer não porque isso significa contrariar quem quer que digamos sim, no entanto exercer as vantagens do NÃO é mais importante do que se possa imaginar .
O NÃO abre a possibilidade de serem criados consensos, de serem criados acertos. Dizer NÃO implica que se reflita em conjunto sobre as motivações que lhe são inerentes: quando se diz não existe uma razão objetiva. Ainda que inicialmente não se consiga uma explicação o que é facto é que o NÃO tem um sentido associado para quem o diz, há uma motivação inerente.
Falar e pensar sobre esse sentido é fundamental.
O Sim não deve ser dado por conveniência dos outros. Deve ser uma sequência daquilo em que se acredita e defende, por isso não sentir que seja sim e dize-lo cria equívocos a quem o recebe e mal estar a quem o dá.
Isto é muito frequente no caso da educação de crianças e jovens. Há momentos em que os adultos consideram que o mais acertado é dizer não mas por inúmeras razões, às vezes por insegurança,
outras pela pressão do tempo para a decisão,
outras pela força do suposto grupo de amigos que recebeu um sim
e outras tantas sabe-se lá porquê…às vezes até com receio da opinião dos outros sobre a sua decisão.
O desejado Sim é dado, no entanto quando o Sim é dito em lugar do NÃO perde-se uma oportunidade de relação e de reforço da transmissão de valores e educação preciosa.
Entendo que existem vários patamares para o NÃO, um deles é a posição que ocupamos na vida da pessoa a quem o dizemos, e de facto, no caso dos educadores a responsabilidade é acrescida, pois a criança e o jovem necessitam de regras, condutas de vida, aprender a lidar com o NÃO, saber ouvir, compreender e aceitar, e isso só é possível quando existe a possibilidade do adulto mostrar o seu entendimento sobre a situação.
Esta decisão faz toda a diferença e não é por se usar o NÃO que se perde, antes pelo contrário, a criança ou o jovem sentem a preocupação e o amor que estão na base da decisão, agora isso carece ser explicado, implica ter tempo para esta explicação e partilha, para encontrar uma plataforma de entendimento entre educador e educando.
Não receie ter que dizer NÃO! Eles agradecem, pode não ser já, pode não ser amanhã, mas agradecem e esperam isso de si…de limites!
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar