Deixou de querer ir passear o cão .. achávamos que era preguiça…também não atendia o telefone…
Perguntava-nos várias vezes se tínhamos ouvido isto ou aquilo…não contabilizávamos, até porque a pergunta era feita inadvertidamente, a um de nós de cada vez…
Começou a não querer ir às aulas, ficava em casa, e ficava, e ficava…começamos a juntar tudo…
O que se passava???
O que se passava???
O que se passava???
Não sabíamos como fazer…fomos ao médico, teríamos, teria que fazer exames, a probalidade de ser uma doença psiquiátrica era grande…afinal não é só aos outros…agora já não queria continuar a ir ao médico…a fazer medicação.
Hoje é o dia da saúde mental. A Trilhos Familiares associa-se a todas as famílias que vivem a experiência de se partilhar com as doenças mentais, pela disponibilidade, compreensão e aceitação que exigem.
São momentos de dúvida, de angústia, de não querer e não saber aceitar. São lágrimas e discussões. Mas também existem vitórias nos momentos em que a doença se apazigua.
As sessões de terapia familiar têm um papel essencial no apoio à família (do) doente, permite que os que ficaram mais na “sombra” falem no que sentem, estas doenças enchem uma casa, ocupam muito espaço, e alguns ficam “esquecidos” pela urgência de acudir e cuidar! O desgaste e o desamparo que todos sentem, urge reagir!
Dados: Um estudo da Direção Geral de Saúde indica Portugal como o país europeu com maior número de casos de perturbações mentais. As mulheres e as pessoas com menor educação e recursos financeiros são as mais afetadas. Em Portugal existem perto de 100 mil doentes esquizofrénicos. As perturbações mentais representam 20,55% do total de anos vividos com incapacidade, seguidas pelas doenças respiratórias (5,06%) e a diabetes (4,07%).
Alexandra Alvarez, a sua terapeuta familiar.