Os (diferentes) entendimentos sobre questões práticas da vida que cada um de nós tem acabam por influenciar em muito as nossa relações e as nossas comunicações.
Se isto já não é fácil de acertar entre os adultos lá de casa, muitas vezes entre pais e filhos essa dificuldade acentua-se.
A contribuir para isso há logo à partida:
o fator ser uma relação de pai e filho, que supõe e gera só por si divergências obvias pelo “estatuto” da ligação;
depois há questão do intervalo etário, “isso já não é assim pai, isso era no teu tempo!”,
depois há ainda o modelo “mãe com todos os meus amigos é assim e ninguém pai lhes diz nada…só tu!
E é por isso que muitas vezes precisamos de respirar, contar até dez, subir à montanha e gritar, e adotar um sem número de estratégias de modo a que tornemos a convivência com aqueles que amamos e com os quais nos importamos o mais saudável possível!
Não foi o exemplo que demos? Não foi o que ensinamos? Não sabemos onde aprendeu?
Estas são questões que provavelmente nunca vão ter resposta, por isso não nos poderão desinquietar.
Da minha experiência criar acordos pode ser importante.
Sim o filho pode ter direito a ter o quarto desarrumado, mas duas vezes por semana os pais têm direito a que ele arrume o quarto.
Os ténis do treino podem não ser postos a arejar, sim, mas desde que a porta do quarto não se abra.
A louça do lanche pode ficar suja no quarto, mas quando faltar a solução tem que ser encontrada pelo acumulador.
As toalhas não são postas a secar, certo, mas ninguém as vai estender além do próprio.
Muitas vezes os factos não se conseguem transmitir pela nossa experiência, mas só quando os filhos experimentam, é vendo os resultados práticos que muitas vezes os poderão fazer mudar de atitude!
“A cama precisa de respirar”, um dos motes muito utilizados pelos filhos que não fazem a cama…
e sem dúvida que cada um também precisa de respirar para aceitar diferenças!
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar