– Boa tarde Arminda, Boa tarde Carlos!
– Boa tarde Dra. Alexandra Alvarez
– Podem sentar-se, estejam à vontade…estou aqui na qualidade de Terapeuta Familiar, a consulta vai demorar cerca de 1h, e durante esse tempo, e porque é uma primeira consulta, depois de nos apresentarmos vamos perceber o que vos traz por cá, e em concreto o que gostariam de ver mudado na vossa família.
(apresentações feitas)
– Carlos, talvez nos possa dizer agora qual o motivo de terem vindo à consulta…
– Tem muito a ver com a nossa dificuldade em estarmos de acordo, o estado de espirito lá em casa não é dos melhores. Só para ter uma ideia…às vezes organiza-mo-nos para uma saída ou atividade que até inclua os nossos filhos, mas de repente, sem perceber mos o motivo, todos ficamos aborrecidos, não se sai, e cada um fica a fazer qualquer coisa individualmente!
– É assim Arminda?
– Sim, em parte é isso que acontece, chegamos a ter tudo planeado, estarmos quase a sair de casa e de repente … ainda este fim de semana aconteceu. Íamos aos meus pais, e por causa de um casaco que eu achava que o nosso filho devia vestir, e ele não queria, o Carlos desvalorizou, começamos a discutir e acabei por sair de casa eu sozinha e ir por aí…
– Dra. não está a ver. E depois nós telefonamos para a irmos buscar e irmos aos meus sogros, e ela já não atende o telemóvel, eu fico sem perceber o que é suposto fazer, e acabei por ficar em casa com os miúdos…
– Arminda o que fez com que não atendesse o telefone?
– Estou cansada, parece que as regras sou eu que tenho que pôr, o Carlos tem uma maneira diferente de ver as coisas, e depois contraria-me à frente dos miúdos e eu não estou para isso. Não atendi porque não queria falar com ninguém…
– Estes tipo de acontecimentos é natural na vossa família?
– Digamos que desde há uns 2 anos, 2 anos e meio que é assim…
– Lembram-se dos tempos em que as coisas aconteciam de outra forma? De uma forma que vos deixava feliz?
– Sim claro, antes era diferente – diz o Carlos
– E nessa altura o que acontecia de diferente na vossa relação?
( e a consulta decorreu, importando perceber quando é que a família deixou de se sentir feliz, quem acredita que ainda é possível recuperar esse sentimento, quem está disponível para fazer qualquer coisa. importa recuperar os momentos em que as relações funcionam e lembrar com a família que já foi possível estarem noutro registo. as memórias de que as relações já foram satisfatórias são reavivadas!)

Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar