Educar a solo ♡

Muitas vezes acontece que a gestão diária da educação das crianças e dos jovens está a cargo, na maior parte do tempo, de apenas um adulto.

As razões são variadas: um dos progenitores trabalha longe de casa, viuvez, divórcio, horários desfazados, são alguns dos exemplos.

E esta é uma tarefa em que o peso de ser exercida sozinha vem muitas vezes à tona.

O exercício da monoparentalidade é algo que, em certas ocasiões, pode ser duro. O adulto que está na situação de estar “sozinho” com os filhos não tem ali ninguém à mão com quem fale, ou com quem partilhe de igual para igual.

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Os filhos, por sua vez, depositam toda a confiança nele  e este adulto, este pai ou esta mãe, tem aquela tarefa gigante de tudo assegurar e de naturalmente estar bem e passar isso aos seus filhos.

Mas isto nem sempre é possível, pois aquilo que cansa ou esgota este adulto não pode ser partilhado, e ao não ser partilhado pode entrar num crescendo interior, amplificando aquelas que são as suas dúvidas, os seus receios, pois esse não é, e nunca será um tema a ter com os filhos.

Este exercício é muito desafiante, este exercício de manter os filhos afastados desta fragilidade, sem que estes sejam colocados a desenvolver tarefas que não são suas, sem que estes sejam chamados a emitir opiniões sobre assuntos que os ultrapassam pela “adultês” que exigem, sem que estes sintam que têm que ocupar papeis para os quais não possuem maturidades, sim é difícil…

Quando esta mãe, ou este pai me chegam à consulta é um bocadinho no sentido de:

  • Como é que eu vou fazer isto sozinho?
  • Como é que eu faço para não passar as minhas intranquilidades?
  • Como é que eu consigo ter a certeza que estou a fazer o melhor?
  • Como é que eu vou ser mais efetivo com os meus filhos?
  • Porque tenho em medo de lhes colocar regras e de falar sobre isso quando eles não as cumprem?

Sim, porque aquela mãe e aquele pai sentem que também eles estão a precisar de muitas coisas para si próprios,  precisam tanto que também aconteça algo nas suas vidas, gostariam tanto de estar de forma diferente e não sabem como.

Será sempre uma consulta muito envolvente em que aquele pai e aquela mãe e aqueles filhos vão falar sobre as vivências na família, em busca de uma reconstrução que os conforte e lhes devolva harmonia. Não há certos nem errados, em cada educador a solo, como em todas os outros modelos de família, há formas que nos fazem mais sentido do que outras.

Também não será desajustado que os filhos ouçam e sintam os receios dos seus pais, pois estes receios só existem pelo amor que os une e pela preocupação do bem fazer!

Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal

Publicado por Academia Alexandra Alvarez I Terapia Familiar, de Casal, e de Grupo

Olá, sou Alexandra Alvarez, mãe de 5 filhos, terapeuta familiar, de casal e de grupo, formadora e supervisora. Faço consultas com famílias e casais para "fazer acontecer" relações positivas! Aqui treinamos relações. Uma nova oportunidade, para que todos sejam ouvidos e para que todos possam ouvir, numa perspetiva de entendimento e reforço de competências. " Family trainer " (inspiração no personal trainer), num modelo aproximado de coaching familiar, parental e de casal! Com paixão!

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