As famílias têm um quotidiano muito desafiante, não só pelo dia a dia mas também pelos trilhos que percorrem.
As famílias reconstruídas, em que os elementos adultos já tiveram uma outra família, certamente que constituem um desses grandes desafios.
As famílias no seu modo genérico possuem ciclos de vida familiar desde o momento da sua constituição. Esses ciclos correspondem a fases evolutivas, de transição: o casal sem filhos, casal com filhos pequenos, casal com filhos em idade pré-escolar, depois em idade escolar, a fase dos filhos adolescentes, dos filhos adultos, e por aí fora.
Acontece que numa família reconstruída estes ciclos podem não ocorrer assim, e o novo casal pode ser chamado a lidar com crianças e/ou jovens que estão em diferentes fases, e cujas fases não foram vividas em comum.
Vejamos: A Sofia tinha o filho Diogo, de 2 anos, quando foi viver com o Filipe. O Filipe, por sua vez, tinha a filha Rita de 13 anos e o filho Artur de 18 anos.
Assim, se o Filipe já teve a experiência de ter filhos com a idade de 2 anos, a Sofia ainda não teve a experiência de ser mãe de filhos com mais idade do que essa. E os agora criança e jovens que partilham a mesma casa e família também se estão a conhecer agora.
E depois ainda há os outros progenitores destes filhos que continuaram a assumir os seus papeis.
Ora estes ciclos que se precipitam e obrigam ao desempenho de papeis inesperados podem desconcertar os adultos que os desenvolvem, e será perfeitamente natural que em dadas alturas apeteça pedir Socorro! Assim como em dadas alturas é natural que se coloquem dúvidas sobre o exercício de uma parentalidade adequada.
Sim é de repente e sim é para assumir! O quotidiano, o empenho e o diálogo entre o casal serão fundamentais para que tudo funcione, e nesta equação terá que acrescentar-se o outro pai e a outra mãe que também participam na equação, a bem das crianças e dos jovens, a bem da harmonia e do entendimento saudável.
As zangas … o que ficou para trás … já não faz falta! Agora é seguir, reconstruindo! E sim, está alguém aqui que pode apoiar! Podem? Claro que sim, podem e devem.
# E se acontecer consigo? #
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal