Numa sessão de trabalho com a família o que mais me importa é a sua singularidade, aquilo que cada um tem para contar que é muito seu, muito a sua história, o seu ser, a sua relação com os outros familiares:
Fale-me sobre qualquer coisa que lhe pareça verdadeiramente importante…
Conte-me algo sobre si…
Na obra de Antoine de Saint-Exupéry, o Principezinho reparava ,e com razão, que “…nunca querem saber o essencial. Nunca nos perguntam : “Como é a sua voz? Quais os seus jogos preferidos? Coleciona borboletas?” Apenas questionam: “Quantos anos tem? Quantos irmãos tem? Quanto pesa? Quanto ganha o pai?” Só assim julgam que ficam a conhecê-lo. Se dissermos aos crescidos vi uma linda casa, com tijolos cor-de-rosa, gerânios nas janelas e pombas no telhado…”, eles não conseguem imaginar esta casa. É melhor dizer-lhes: “Vi uma casa que custa cem mil francos.” Então, aplaudem, entusiasmados: “Mas que bonita!”
E é assim que se trilha nas sessões, concentrando-nos no sentir, no ser individual de cada um, pois é na simbiose daquilo que cada um é que se dão as relações familiares, com os seus altos e baixos, mas que são sempre os altos e baixos daquela família e não de mais nenhuma, por isso vale a pena conhecer-vos na vossa singularidade.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal