– Mas isso foi na primeira crise da vossa relação, quando decidiram ir viver para Nice. e depois na segunda crise como é que chegam à decisão de Sidney?
– Dra. é simples, eu estava desesperado, achei que de facto tínhamos que fazer qualquer coisa de diferente, eu amava-a, e olhe foi mesmo assim…na loucura…olhei para ela, ela tinha no fio um berloque que eu achava muito engraçado, de um canguru, com um filhote na bolsinha, e quando ela me pergunta: “E desta vez vamos abrigar-nos onde?” eu respondi: “Para Sidney”.
Senti que valia tudo para tentarmos recomeçar, pensava eu, e Sidney parecia-me suficientemente longe para ficarmos mais perto…mais perto de nós, mas não resultou!
– Amélia o que me quer dizer? O que sentiu quando o Ricardo explicou a parte dele?
– Eu conheço a história, ele também me diz isso a mim, mas de facto não resultou. Aliás os nossos amigos todos nos disseram que não fazia sentido. Não há lugares mágicos onde nos possamos abrigar para ser felizes. A felicidade tem que vir de nós para nós, e o Ricardo não entende. Eu teria que ser feliz com ele em qualquer parte, se fosse para o ser!
– Ricardo quer comentar o facto da sua decisão ter sido comentada como uma decisão sem sentido?
– Não tem que fazer sentido, uma decisão para mim é uma decisão, é algo que tenho que assumir como válido para mim. Nem quero saber se faz sentido, a questão do sentido só existe aos olhos dos outros, se eu decidir é porque me faz sentido a mim!
– E sobre não haver lugares para se ser feliz e a possibilidade de ser feliz em qualquer parte?
– Isso estou a compreender agora, e quero ficar com a Amélia em Lisboa!
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal