Hoje é de novo quinta, e por isso nova rubrica das rotinas !
Tudo nos é apresentado no formato ilimitado, tudo é muito, tudo é possível, queremos bandas largas, tarifários sem limite, hambúrgueres xxl, rodízios de refeições à discrição, promoções de pague 1 leve 2, e tudo o que nos dê mais do que aquilo a que aparentemente teríamos direito. Um bocado com aquele gostinho de estarmos a fazer uma ótima opção: Imagina que ontem consegui uma super promoção. Imagina que ontem jantei num sítio que comias tudo por apenas…e assim Imginamos tudo aquilo a que podemos aceder quase como se não tivessemos direito e tivessemos feito uma mega descoberta.
Mas na realidade os limites existem e são necessários. Afinal tudo tem limites. Mesmo todo esse ilimitado tem um limite em nós. Até a felicidade é limitada, sabemos que não dura sempre, nem todos os dias, tal como o sofrimento também o é, um dia passa. Afinal nada é sempre. As coisas vão sendo, as coisas vão acontecendo e nós vamos vivendo com elas e adaptando-nos.
Então porque razão nos fazem crer nesta fantástica vida sem limites, e com tudo descartável. Já nada se repara. Não se reparam objetos, mas também não se reparam relações. Avariou? Compra-se novo, já era esperável que não durasse sempre, as coisas não são feitas para durar sempre. Uma relação não correu bem, não é o esperado? Desiste-se, não se fala sobre isso, não é um tema.
Apenas se faz DELETE!!!
De facto se não nos faz feliz não temos que nos obrigar a suportar, mas isso não significa que não sintamos necessidade de compreender e de esclarecer.
Quantidade sem limite sem relacioná-la com qualidade e relações não esclarecidas porque não consideramos importante que as atitudes sejam entendíveis, afasta-nos cada vez mais do conceito humano de que não é necessário muito para ser feliz e da capacidade de amar.
“Deletemos”mas com discernimento. No meio está a virtude. Tudo tem limites e tudo é passível de ser esclarecido, não conseguimos aproveitar todas as oportunidades e também não precisamos de simplesmente deixar de aparecer, podemos esclarecer.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal