E porque hoje é quinta-feira, a minha rubrica “Detesto Rotinas”.
Nas famílias quase sempre é assim, há um de nós que é aquele que todos identificam como tendo o ou um problema!
A família habitua-se que aquele familiar tem comportamentos peculiares, que já todos esperam que aconteçam, e que se não acontecem acabam por acontecer, e todos aprendem a lidar com destreza e habilidade com essa situação.
O tal “um de nós” é um ele que dá imenso jeito, explica muita coisa, desde a falta de humor de uns, ao cansaço de outros e ao silêncio ou outras reações que existam.
Fala-se dele na 3ª pessoa, como se ele não estivesse lá e decide-se o que é melhor para si. Todos sabem que ele pode dizer coisas inadequadas, assustar os outros com as suas reações, não ter noção das horas, mobilizar os outros para que a situação não piore e quereres fortes que se traduzem no JÁ ou NÃO ME ACALMO.
As noções perdem-se e as desculpas impõem-se pelo susto que causam a uns e a outros.
Pijamas na rua, pratos partidos, livros rasgados, ofensas verbais e corporais obrigam a uma vigilância da medicação que se toma ou que se devia tomar, porque ninguém gosta de ficar tipo “que dia é hoje?”
Empregos perdidos. Relações comprometidas. Desentendimentos. A ameaça de voltar ao internamento. A sombra da consulta. Loucuras que só o são para quem se considera com sanidade.Oscilações de humor. Confianças abaladas. Situações fora de controle.
FALHADOS!!! Quem???? Nem sei bem…
Todos querem ajudar na recuperação. O “tal” ora funciona como “amuleto”, devido aos momentos partilhados que se desejam, ora funciona “como gato preto”pelos azares que os outros consideram que lhe estão associados.
E é esta uma das rotinas com que muitas famílias lidam. As loucuras de uns, passam a justificar as dos outros, e assim a diferença entre uns e outros esbate-se.
Abaixo o trailer de um excelente filme que nos mostra as confianças abaladas, os julgamentos e a luta por estratégias de bem estar.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal