Olhei, estava uma mulher descalça, com os pés na areia. Bebia um sumo e lia um livro com um sorriso estampado na tez!
Ao fundo o cão corria atrás das ondas. Tinha pêlo comprido e neste momento estava cheio de areia e todo molhado. As crianças tinham ido atrás dele e como tinham arregaçado as calças, mas não o suficiente, também as tinham molhado.
Mas aquela mulher, na qualidade de mulher e mãe não se preocupava com o facto. Em casa logo se resolveria. Podia ler -lhe no sorriso que deitava às imagens que via: “mais máquina, menos máquina tanto faz, gosto de vê -los assim, tão despreocupados pela despreocupação que sentem em mim própria!”
Até lhes leio o pensamento: “que estranho a mãe não nos está a dizer para sairmos da água que ainda nos constipamos , nem para não molharmos a roupa porque não tem jeito nenhum.”
Aquela mulher percebeu que o seu estado influencia o deles, foi claríssimo. De facto as crianças por si não têm stress, em parte eles sentem e geram stress muitas vezes pelos adultos.
Fechou o livro. Acho que lhe apeteceu pensar sobre este tema. Possivelmente ela nunca havia pensado nas coisas dessa forma. Para as crianças a consequência do molhado, da areia espalhada pelo chão da casa, o cão a sacudir -se no meio da sala, não tem consequências se eles não as observarem.
Queremos que eles não façam porque em resultado da nossa aprendizagem sabemos o que acontece, mas de facto seria importante que eles vissem o resultado prático. E ainda assim teria duvidas se os preocuparia de facto.
As suas leituras são tão diferentes das nossas, as suas prioridades são tantas outras, tive uma ideia: algumas coisas terei que aprender com eles, e possivelmente mudar-me!
E consigo faz sentido que se fizer diferente pode obter resultados diferentes daqueles com quem se relaciona?
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar