O silêncio, os silêncios são os gritos surdos da nossa consulta. Os silêncios surgem quando as pessoas sentem que não há mais nada a dizer, quando as pessoas sentem que já disseram tudo, quando as pessoas sentem que não querem falar mais, quando as pessoas sentem que não vale a pena dizer mais nada, quando as pessoas sentem que dizer mais já não acrescenta nada, quando…quando… quando as pessoas sentem que querem estar em silêncio.
Mas os silêncios também surgem na consulta quando somos surpreendidos, quando ficamos sem palavras com o que acabávamos de ouvir, quando ouvimos a explicação que tanto queríamos ser tão diferente da que esperávamos e ainda tão mais válida, quando alguém diz o que estávamos a precisar de ouvir, quando alguém afinal nos demonstra que sabe o que estamos a sentir.
E é nessas ocasiões que os olhos sorriem…sorriem com gargalhadas que esvoaçam pelo gabinete e nos percorrem a todos, porque são olhos sorridentes que nos contagiam.
E nessas alturas que sinto que o meu papel de Terapeuta vale a pena, vale a pena despertar os silêncios, seja qual a razão, e vale a pena ter olhos a sorrirem, é tão bom, é tão gratificante!
Lidar com estes silêncios é do mais difícil, porque quando estamos todos no gabinete, sentados em circulo, à espera que ele ou ela diga o que … diga qualquer coisa… e ele ou ela não diz, porque prefere falar em silêncio, gera-se… uma declaração de silêncio… e o silêncio num mundo de ruído, em que está sempre algo a ser dito é difícil de alcançar, de compreender, torna-se francamente inaudível!
Bem, os outros ficam inc*om*dad*os, e ele ou ela ainda mais silenciad*s. Até que há uns olhos que sorriem!!!
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal
Consultas de 2ª a sábado após as 17h nos dias úteis, e manhãs de sábado. Faça o seu agendamento pelo TM 911 846 427. Clinica Biuti, em Alvalade.