Uma mulher encontra um papel desconhecido na sua carteira, no qual se podem ler as seguintes palavras:
Quando abrires os olhos verás.
Mas ela não precisou realmente de os abrir, ainda sem ter passado pelo sono e sem ter passado pelo momento de os abrir, de imediato percebeu o que o marido lhe queria dizer. Tema recorrente: o seu cansaço e fadiga, e a sensação de que tudo passava por ela. Mas esse cansaço cegava-a, e por muito que Francisco lhe dissesse que estava lá para a apoiar em tudo, ela não o sentia. Estava cansada, urgia que cada um ocupasse o seu espaço, para que ela não tivesse a sensação de não poder ter o seu, por ter de preencher o dos outros! Aliás, aquele papel desconhecido evitaria novo confronto. Ultimamente estava tão mordaz, tão agreste. Qual furacão que irrompe e que consegue mexer com todos os que a rodeiam…António tinha predileção por essa sua característica, se por um lado lhe assustava a imprevisibilidade dela, por outro, quando isso acontecia ele era desafiado a viajar para o país da dúvida, de saber o que fazer, de saber o que dizer.
Antónia, Antónia, se tu pudesses ver como eu estou aqui para ti Antónia. Respeito-te, fazes-nos falta a todos, mas não nos subestimes. Tu és tu e por isso só tu fazes assim, nós não fazemos como tu, à tua maneira, mas fazemos à nossa, aceita-nos assim, dá-nos espaço, temos ritmos diferentes, sim faz-te confusão, mas somos assim, mas antes assim e juntos, do que assado e separados. Eu estou aqui, os miúdos estão aqui, e tu está também aqui connosco. Estamos no mesmo mundo, não em mundos separados. Acredita, se abrires os olhos verás, quando abrires os olhos sei que verás, não deixes que seja tarde.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal
Consultas de 2ª a sábado após as 17h nos dias úteis, e manhãs de sábado. Faça o seu agendamento pelo TM 911 846 427. Clinica Biuti, em Alvalade.