Faltou tentar o impossivel ! Tanto nos preocupava o futuro que deixavamos perder o presente. Porque estaríamos nós tão preocupados com o futuro? Não será que as relações com presente têm o futuro assegurado?
Só tentará o impossível quem realmente queira o impossível ter. O impossível só é acreditado por quem tudo crê poder conseguir. O impossível só o é sem determinação e acontece só por ser acreditado, viver em check list não chega, há que levantar voo.
E é quando levantamos voo que conseguimos abranger a totalidade do outro, a vista aérea tem planos invisíveis a quem não voa. Tentar o impossível é lidar com todos estes ângulos, com todas as possibilidades, e arriscar, é investir em algo, sem investimento dificilmente há resultados. Permite-nos ver o outro.
E ali estava Sofia! O desejo de ser mãe de um filho do António era já uma certeza, sempre o foi, mas para António as coisas não se passavam de forma tão certa. Se tivesse entendido a Sofia poderia ter feito diferente, mas precisou de se entender primeiro a ele próprio não se decidindo no seu desejo, decidindo-se antes no evitar a intimidade que poderia conduzir a uma paternidade não previsível por si.
Sofia por sua parte pôs em duvida a sua feminilidade e reprimia uma libido que chegou a considerar odiosa, pois o prazer que incessantemente buscava não era correspondido, sem que ela supusesse a inoportunidade vivida por António. Conversarem os dois sobre uma vida a três não foi uma opção. Sofia porque não queria ver vedado o seu anseio, António porque não queria formalmente vedar o anseio de Sofia. Mas conversar, expor os sentimentos que trespassavam um e outro era impossível, ambos sabiam que a dessintonia de desejos acabaria por apontar para estradas diferentes, que ambos receavam percorrer sozinhos.
Alexandra Alvarez I Terapeuta Familiar, Parental e Conjugal
Consultas de 2ª a sábado após as 17h nos dias úteis, e manhãs de sábado. Faça o seu agendamento pelo TM 911 846 427. Clinica Biuti, em Alvalade.